Por onde começar a desenvolver jogos?

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Alexandre Rosenfeld

Ex-Coordenador de desenvolvimento at Aptor Games
Um apaixonado por tecnologia, que acredita que pode tornar o mundo um lugar melhor com seu trabalho.
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Algo que sempre nos perguntam é como começar a desenvolver jogos. A resposta depende muito do conhecimento prévio de cada um e das expectativas que cada um tem, mas quero com esse post ao menos mostrar o que deu certo para nós.

Primeiro de tudo, esse post pode ser um pouco mais técnico do que os outros, então sinta-se livre para pulá-lo se você não deseja entender essa parte do desenvolvimento de jogos. E segundo, esse post irá abordar mais o lado de programação do desenvolvimento de jogos e não tanto a parte criativa, como enredo, arte e música dos jogos.

Desenvolver jogos, antes de mais nada, é bem diferente de jogar um jogo. Essa é a primeira expectativa que precisa ser quebrada e é incrível como muitos querem desenvolver jogos só porque eles gostam muito (ou são muito bons) em algum jogo. Sinto desapontá-los, mas desenvolver jogos, como já falamos, é coisa séria e dá trabalho sim.

Mas o mundo da computação é feito de abstrações e com o avanço da tecnologia, os aspectos mais difíceis do desenvolvimento de jogos foram abstraídos e estão se tornando cada vez mais fáceis. A 30 anos atrás era comum desenvolver jogos em Assembly, a linguagem mais próxima do hardware possível, algo que hoje é impensável (uma curiosidade: escrever um jogo em Assembly já era impensável na década de 90, o que não impediu o RollerCoaster Tycoon de ser escrito em Assembly). E, apesar de ser um exercício interessante conhecer a fundo como o jogo irá ser executado e otimizá-lo ao máximo, nos dias de hoje um tempo curto de desenvolvimento é muito mais importante.

RollerCoaster Tycoon, um jogo desenvolvido em Assembly

RollerCoaster Tycoon, um jogo desenvolvido em Assembly

O que nos leva a segunda quebra de expectativas. Muitas pessoas, principalmente programadores, começam o desenvolvimento de seu jogo pela engine, o motor que será responsável por comandar todas as partes do jogo e ao final desenhar as formas na tela e tocar a música ou efeito sonoro requeridos. Muitas vezes essa tarefa tira meses e até anos de desenvolvimento sem ao menos ter uma noção de como será o jogo no final. A maioria desiste sem nem criar nada além do que diagramas de classe.

Bom, mas se desenvolver jogos dá trabalho e criar a sua própria engine dá mais trabalho ainda, o que podemos fazer? Utilizar uma engine pronta. Melhor ainda, utilize um kit de desenvolvimento para jogos. Existem diversas opções gratuitas e de ótima qualidade, basta procurar.

E para quem nem mesmo sabe programar, existem opções em que é possível criar um jogo sem escrever uma linha de código, e nem por isso é preciso sacrificar muito o desempenho ou a flexibilidade.

Scratch, ferramenta desenvolvida pelo MIT e utilizada no Stencyl para programar sem escrever código

Scratch, ferramenta desenvolvida pelo MIT e utilizada no Stencyl para programar sem escrever código

 

Abaixo algumas ferramentas que recomendamos:

  • Stencyl: uma das opções que mais recomendamos, em sua versão 3.0 traz suporte a diversas plataformas, com uma interface intuitiva baseada no Scratch do MIT
  • Construct 2: mais simples e menos flexível que o Stencyl, ainda é uma ótima opção para quem quer começar a desenvolver jogos sem ter que aprender a programar antes
  • Unity: a engine que não pode faltar em nenhuma lista desse tipo, é hoje em dia a ferramenta mais popular no desenvolvimento de jogos 3D, por permitir jogos dos mais simples aos mais complexos
  • OpenFL: para quem deseja escrever código, sem perder a flexibilidade de poder suportar várias plataformas em um mesmo código, nem perder a performance de escrever código nativo

Essas são algumas das ferramentas que já utilizamos no desenvolvimento de jogos, porém existem muitas outras, das mais simples às mais complexas. Deixe seu comentário se você se interessou por qualquer assunto que podemos escrever mais a respeito.

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